APOCALIPSE SEGUNDO S. JOÃO
1. A hora de segar
(Ap. 14,14-16)
E olhei,
e eis uma nuvem branca,
e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem,
que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro,
e na sua mäo uma foice aguda.
E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem:
Lança a tua foice,
e sega;
a hora de segar te é vinda,
porque já a seara da terra está madura.
E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra,
e a terra foi segada.
(14,17-20)E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda.
E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo,
e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo:
Lança a tua foice aguda,
e vindima os cachos da vinha da terra,
porque já as suas uvas estäo maduras.
E o anjo lançou a sua foice à terra
e vindimou as uvas da vinha da terra,
e atirou-as no grande lagar da ira de Deus.
E o lagar foi pisado fora da cidade,
e saiu sangue do lagar
até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios. (1600 = 40 X 40)2. Sete anjos
(15,1)E vi outro
grande
e admirável sinal no céu:
sete anjos,
que tinham as sete pragas,
as últimas,
porque nelas é consumada a ira de Deus.
3. O cántico de Moisés e do Cordeiro
(15,2-4)E vi um como mar de vidro
misturado com fogo;
e também os que saíram vitoriosos da besta,
e da sua imagem,
e do seu sinal,
e do número do seu nome,
que estavam junto ao mar de vidro,
que tinham as harpas de Deus.
E cantavam o cántico de Moisés,
servo de Deus,
e o cántico do Cordeiro,
dizendo:
Grandes e maravilhosas säo as tuas obras,
Senhor
Deus
Todo-Poderoso!
Justos
e verdadeiros säo os teus caminhos, ó Rei dos santos.
Quem te näo temerá, ó Senhor,
e näo magnificará o teu nome?
Porque só tu és santo;
por isso todas as naçöes viräo,
e se prostraräo diante de ti,
porque os teus juízos säo manifestos.4. As sete taças
1.(15,5-8;16,1)E depois disto olhei,
e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu.
E os sete anjos que tinham as sete pragas saíram do templo, vestidos de linho puro e resplandecente,
e cingidos com cintos de ouro pelos peitos.
E um dos quatro animais deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira de Deus,
que vive para todo o sempre.
E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus
e do seu poder;
e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos.
E ouvi, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos:
Ide,
e derramai sobre a terra as sete taças da ira de Deus.2.(16,2-3)
E foi o primeiro,
e derramou a sua taça sobre a terra,
e fez-se uma chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta
e que adoravam a sua imagem.
E o segundo anjo derramou a sua taça no mar,
e se tornou em sangue como de um morto,
e morreu no mar toda a alma vivente.3.(16,4-7)
E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios
e nas fontes das águas,
e se tornaram em sangue.
E ouvi o anjo das águas, que dizia:
Justo és tu, ó Senhor, que és,
e que eras,
e santo és,
porque julgaste estas coisas.
Visto como derramaram o sangue dos santos
e dos profetas,
também tu lhes deste o sangue a beber; porque disto säo merecedores.
E ouvi...
E ouvi outro do altar, que dizia:
Na verdade,
ó Senhor
Deus
Todo-Poderoso,
verdadeiros
e justos säo os teus juízos.4.(16,8-9)
E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol,
e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.
E os homens foram abrasados com grandes calores,
e blasfemaram o nome
o de Deus,
que tem poder sobre estas pragas;
e näo se arrependeram para lhe darem glória.5.(16,10-11)
E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta,
e o seu reino se fez tenebroso;
e eles mordiam as suas línguas de dor.
E por causa das suas dores,
e por causa das suas chagas,
blasfemaram do Deus do céu;
e näo se arrependeram das suas obras.6.(16,12-16)
E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates;
e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente.
E vi (sair) da boca do dragäo,
e da boca da besta,
e da boca do falso profeta, três espíritos imundos, semelhantes a räs,
porque säo espíritos de demónios, que fazem prodígios;
os quais väo ao encontro dos reis de todo o mundo,
para os congregar para a batalha,
naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso.
Eis que venho como ladräo.
Bem-aventurado aquele que vigia,
e guarda as suas roupas,
para que näo ande nu, e näo se vejam as suas vergonhas.
E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.7.(16,17-21)
E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar,
e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito.
E houve vozes,
e trovöes,
e relámpagos,
e um grande terremoto,
como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra;
tal foi este täo grande terremoto.
E a grande cidade fendeu-se em três partes,
e as cidades das naçöes caíram.
E da grande Babilónia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignaçäo da sua ira.
E toda a ilha fugiu, e os montes näo se acharam.
E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de um talento;
e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva; porque a sua praga era mui grande.5. À visäo da Babilónia
(17,1-5)E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças,
e falou comigo, dizendo-me:
Vem,
mostrar-te-ei a condenaçäo da grande prostituta
que está assentada sobre muitas águas;
Com a qual se prostituíram os reis da terra;
e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituiçäo.
E levou-me em espírito a um deserto.
E vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata,
que estava cheia de nomes de blasfêmia,
que tinha sete cabeças
e dez chifres.
E a mulher estava vestida de púrpura
e de escarlata,
e adornada com ouro,
e pedras preciosas
e pérolas.
Tinha na sua mäo um cálice de ouro cheio das abominaçöes
e da imundícia da sua prostituiçäo;
E na sua testa estava escrito o nome: Mistério,
Babilónia,
a grande,
a mäe das prostituiçöes
e abominaçöes da terra.6. O mistério da mulher e da besta
(17,6-7)E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos,
e do sangue das testemunhas de Jesus.
E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiraçäo.
E o anjo me disse: Por que te admiras?
Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz,
a qual tem sete cabeças
e dez chifres.(17,8-9a)
A besta que viste foi
e já näo é,
e há de subir do abismo,
e irá à perdiçäo;
e os que habitam na terra se admiraräo,
cujos nomes näo estäo escritos no livro da vida,
desde a fundaçäo do mundo,
vendo a besta
que era
e já näo é,
e virá.
Aqui o sentido, que tem sabedoria.(17,9b-11)
As sete cabeças säo sete montes,
sobre os quais a mulher está assentada.
E säo também sete reis;
cinco já caíram,
e um existe;
outro ainda näo é vindo;
e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo.
E a besta que era
e já näo é,
é ela também o oitavo,
e é dos sete,
e vai à perdiçäo.(17,12-14)
E os dez chifres que viste säo dez reis,
que ainda näo receberam o reino,
mas receberäo poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.
Estes têm um mesmo intento,
e entregaräo o seu poder
e autoridade à besta.
Estes combateräo contra o Cordeiro,
e o Cordeiro os vencerá,
porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis;
e venceräo os que estäo com ele, chamados,
e eleitos,
e fiéis.(17,15)
E disse-me:
As águas que viste,
onde se assenta a prostituta,
säo também povos,
e multidöes,
e naçöes,
e línguas.(17,16-18)
E os dez chifres que viste na besta
säo os que odiaräo a prostituta,
e a colocaräo desolada
e nua,
e comeräo a sua carne,
e a queimaräo no fogo.
Porque Deus tem posto em seus coraçöes, que cumpram o seu intento,
e tenham uma mesma idéia,
e que dêem à besta o seu reino,
até que se cumpram as palavras de Deus.
E a mulher que viste é a grande cidade
que reina sobre os reis da terra.7. O castigo de Babilônia
(18,1-3)E depois destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder,
e a terra foi iluminada com a sua glória.
E clamou fortemente com grande voz, dizendo:
Caiu,
caiu, Babilónia,
a grande
e se tornou morada de demónios,
e covil de todo espírito imundo,
e esconderijo de toda ave imunda e odiável.
Porque todas as naçöes beberam do vinho da ira da sua prostituiçäo,
e os reis da terra se prostituíram com ela;
e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundáncia de suas delícias.(18,4-7a)
E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu,
para que näo sejas participante dos seus pecados,
e para que näo incorras nas suas pragas.
Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu,
e Deus se lembrou das iniqüidades dela.
Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado,
e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras;
no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro.
Quanto ela se glorificou,
e em delícias esteve,
foi-lhe outro tanto de tormento
e pranto.(18,7b-8)
Porque diz em seu coraçäo:
Estou assentada como rainha,
e näo sou viúva,
e näo verei o pranto.
Portanto, num dia viräo as suas pragas,
a morte,
e o pranto,
e a fome;
e será queimada no fogo;
porque é forte o Senhor,
o Deus
que a julga.(18,9-10)
E os reis da terra,
que se prostituíram com ela,
e viveram em delícias,
a choraräo,
e sobre ela prantearäo,
a quando virem a fumaça do seu incêndio;
Estando de longe pelo temor do seu tormento,
dizendo: Ai!
a ai daquela grande
a Babilónia,
a aquela forte cidade!
pois numa hora veio o seu juízo.(18,11-13)
E sobre ela choram
e lamentam os mercadores da terra;
porque ninguém mais compra as suas mercadorias:
Mercadorias de ouro,
e de prata,
e de pedras preciosas,
e de pérolas,
e de linho fino,
e de púrpura,
e de seda,
e de escarlata;e toda a madeira odorífera,
e todo o vaso de marfim,
e todo o vaso de madeira preciosíssima,
e de bronze
e de ferro,
e de mármore;E canela,
[e amono,]
e incenso,
e mirra,
e perfume,e vinho,
e azeite,
e flor de farinha,
e trigo,e gado,
e ovelhas;
e cavalos,
e carros,
e corpos
e almas de homens.(18,14-15a)
E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti;
e todas as coisas gostosas
e excelentes se foram de ti,
e näo mais as acharás.
Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, estaräo de longe,
pelo temor do seu tormento, chorando
e lamentando, e dizendo:(18,15b-16)
Ai, ai daquela grande cidade! que estava vestida de linho fino,
e de púrpura,
e de escarlata;
e adornada com ouro
e pedras preciosas
e pérolas!
porque numa hora foram assoladas tantas riquezas.(18,17-19)
E todo o piloto,
e todo o que navega em naus,
e todo o marinheiro,
e todos os que negociam no mar se puseram de longe, E, vendo a fumaça do seu incêndio,
e clamaram, dizendo:
Que cidade é semelhante a esta grande cidade?
E lançaram pó sobre as suas cabeças,
e clamaram, chorando,
e lamentando,
e dizendo: Ai, ai daquela grande cidade!
na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razäo da sua opulência;
porque numa hora foi assolada.(18,20-21)
Alegra-te sobre ela,
ó céu,
e vós, santos
e apóstolos
e profetas;
porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.
E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó,
e lançou-a no mar, dizendo:
Com igual ímpeto
será lançada Babilónia,
aquela grande cidade,
e näo será jamais achada.(18,22-24)
E em ti näo se ouvirá mais a voz de harpistas,
e de músicos,
e de flautistas,
e de trombeteiros,
e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti;
e ruído de mó em ti näo se ouvirá mais;
E luz de candeia näo mais luzirá em ti,
e voz de esposo e de esposa näo mais em ti se ouvirá;
porque os teus mercadores eram os grandes da terra;
porque todas as naçöes foram enganadas pelas tuas feitiçarias.
E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos,
e de todos os que foram mortos na terra.(19,1a)
E, depois destas coisas ouvi no céu como que uma grande voz de uma grande multidäo, que dizia:
(19,1b-2)
Aleluia! Salvaçäo,
e glória,
e honra,
e poder pertencem ao Senhor nosso Deus;
Porque verdadeiros e justos säo os seus juízos, pois julgou a grande prostituta,
que havia corrompido a terra com a sua prostituiçäo,
e das mäos dela vingou o sangue dos seus servos.(19,3a)
E outra vez disseram: Aleluia!
(19,3b-4)
E a fumaça dela sobe para todo o sempre.
E os vinte e quatro anciäos,
e os quatro animais, prostraram-se
e adoraram a Deus,
que estava assentado no trono, dizendo:
Amém.
Aleluia!(19,5)
E saiu uma voz do trono,
que dizia:
Louvai o nosso Deus, vós,
todos os seus servos,
e vós que o temeis,
os pequenos
e os grandes.(19,6)
E ouvi como que a voz de uma grande multidäo,
e como que a voz de muitas águas,
e como que a voz de grandes trovöes, que dizia:
Aleluia!
pois já reina, o Senhor
Deus
Todo-Poderoso.(19,7-8)
Regozijemo-nos,
e alegremo-nos,
e demos-lhe glória;
porque vindas säo as bodas do Cordeiro,
e já a sua esposa se aprontou.
E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente.
Porque o linho fino säo as justiças dos santos(19,9-10)
E disse-me:
Escreve: Bem-aventurados aqueles que säo chamados à ceia das bodas do Cordeiro.
E disse-me:
Estas säo as verdadeiras palavras de Deus.
E eu lancei-me a seus pés para o adorar;
e disse-me:
Olha näo faças tal;
sou teu conservo,
e de teus irmäos,
que têm o testemunho de Jesus.
Adora a Deus;
porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.
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